CONSELHO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE REALIZA SUA NONA REUNIÃO DO ANO

A nona reunião ordinária do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), foi marcada por uma oficina de trabalho ministrada pelo analista ambiental do Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o biólogo Jacques Passamani, acompanhado pelo analista ambiental Gustavo Almada e a técnica ambiental Thaina Freitas Gonçalves.

A oficina teve por objetivo trazer informações técnicas e debater orientações para mitigação dos danos socioambientais causados nos ambientes naturais e nas atividades agropecuárias pela espécie exótica invasora javali (Sus scrofa); bem como apresentar os requisitos legais e critérios técnicos para o respectivo manejo (monitoramento e controle).

De forma complementar, a oficina teve como objetivo capacitar os atores sociais do poder público local a atuar como multiplicadores do conteúdo apresentado durante o evento.

Participaram da reunião além dos integrantes do Ibama e secretaria municipal de Meio Ambiente, os conselheiros da Loja Maçônica Alcy Ribeiro da Costa, da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis, secretaria de Agricultura, Incaper, Rotary Clube, Acisg e como convidados a equipe da Defesa Civil.

Durante o encontro foi esclarecido que, embora ainda não haja registro oficial da ocorrência do javali no território do estado do Espírito Santo, há registros no estado de Minas Gerais, em município vizinho, o que indica a possibilidade de a espécie expandir sua área de ocorrência até o Espírito Santo na região do Caparaó.

Importante frisar que o javali (sus scrofa) é uma espécie nativa da Europa, Ásia e norte da África, exótica invasora no Brasil vem causando inúmeros impactos sociais e ambientais. Atualmente, ocupa quase todas as regiões do país, com altas densidades nas florestas tropicais da Mata Atlântica.

Dentre os problemas ambientais associados a invasão, foi pontuado que o animal está na lista das 100 “piores” espécies exóticas invasoras do mundo; causadores de erosão, assoreamento de rios; alteração na diversidade, crescimento, regeneração e taxa de sobrevivência de espécies de plantas; alteração na cobertura vegetal; predação de vertebrados e invertebrados; competição com animais nativos; destruição de habitats e ninhos além da transmissão de doenças, ocasionando ainda problemas no sistema produtivo associados a invasão, como: danos diretos ao sistema agrícola, principalmente de culturas de ciclo curto e anuais. Danos diretos a criações, inclusive a animais domésticos. Transmissão de doenças que podem afetar a suinocultura, além da piora da qualidade da água, pois os animais geram erosão e assoreamento de rios.

Ainda na oficina foram apresentados os diversos métodos de controle do javali com experimentos em vários continentes, apontando em cada um seus benefícios e taxa de eficácia.

Ao final, houve um consenso que é muito importante haver a vigilância e em caso de relato de ocorrência, que deve ser confirmado por algum órgão público com autuação no município, devendo ser gerado relatório da suposta invasão, e ser feito contato imediato com o Ibama se constatada a invasão, será dado então início as medidas de controle.